Batalha do Avai


Fechada para obras de reforma desde 2008, a nova Galeria de Arte Brasileira do Século XIX vai ser reinaugurada no Museu Nacional de Belas Artes/Ibram/MinC, no próximo dia 17 de fevereiro, às 18h, com a presença da ministra da Cultura, Ana de Hollanda.   
A importância do evento pode ser medida pelo fato de a Galeria de Arte Brasileira do Século XIX concentrar num só espaço nada menos do que os mais significativos autores e obras produzidas no século XIX no Brasil. Não bastasse isso, trata-se da galeria de arte permanente mais antiga do Rio de Janeiro, pois no inicio do século XX, abrigava uma seleção da pinacoteca da Escola Nacional de Belas Artes,cujo acervo, em parte, foi mais tarde transferido para o Museu Nacional de Belas Artes/Ibram/MinC.
Dentro da imensa Galeria de Arte Brasileira, provavelmente a maior do Brasil, com 2 mil metros² e 8 metros de pé direito, estarão em exibição 230 trabalhos, ou seja, 100 a mais do que a versão anterior. A coleção engloba pinturas, esculturas, arte sobre papel e mobiliário, todos restaurados para a mostra.
O espaço foi reformulado segundo um novo conceito crítico e expográfico e vai espelhar uma renovada concepção museológica. A reforma do espaço, a pesquisa realizada buscou os padrões da pintura original,   da mesmo forma como a recuperação dos vidros e maçanetas.  
Entre os destaques estão icones da artes visuais como “Batalha do Avai”, de Pedro Américo (medindo 66 m², data: 1872/1877) ; “Batalha dos Guararapes” (com 50 m², data: 1879) e “Primeira Missa no Brasil”(1860), ambas de Vitor Meireles. Além destas obras monumentais, a mostra vai exibir “Más noticias”, de Rodolfo Amoedo (1895); “Descanso da modelo”, de Almeida Junior (1882), “Gioventu”, de Eliseu Visconti (1898), além de esculturas como “Cristo e a mulher adúltera”,   de Rodolfo Bernardelli(1888); “O rio Paraíba do Sul”, de Almeida Reis(1886); e  “Alegoria do Império Brasileiro”,   de Chaves Pinheiro(1872). Além disso estão presentes trabalhos assinados por Belmiro de Almeida, Debret, Agostinho da Mota, Taunay, Araújo Porto Alegre, Zeferino da Costa, Castagneto, Antonio Parreira, Henrique Bernardelli, Facchinetti, e Estevão Silva, dentre dezenas de outros.
Algumas curiosidades cercam esta exposição permanente: a tela “São Pedro de Alcantara”(autor desconhecido) vai poder ser vista pela primeira vez, enquanto que a pintura “O remorso de Judas”, de Almeida Junior, volta às paredes da Galeria depois de 60 anos. O último segmento da Galeria ganhou um espaço para abrigar obras de arte sobre papel, como aquarelas de Rodolfo Amoedo e de Henrique Bernardelli, por exemplo.